"Mais de 800 mil. Era este o número de desempregados que até
ao final de dezembro existia em Portugal. Mais precisamente 826,7 mil, de
acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística.
O país fechou o ano com uma taxa de 15,3% de desemprego,
ainda assim um pouco abaixo do pico atingido no primeiro trimestre do ano
passado, de 17,7%.
Para este ano, a expectativa é que se assista a uma ligeira
retoma do emprego. Pelo menos é esta a convição transmitida no Guia do Mercado
Laboral 204, compilado pela Hays, depois de ouvir uma amostra de 4 mil
profissionais e 800 empregadores. Destes, 58% admitem contratar em 2014.
"Esperamos que 2014 seja um excelente ano em termos de
recrutamento", garante Sandrine Veríssimo, office manager da Hays. "A
procura deverá ser sobretudo de perfis comerciais, de tecnologias de informação
e de engenharias ligadas ao sector da indústria", adianta.
O Guia do Mercado Laboral dá ainda algumas indicações sobre
os perfis e qualidades mais procuradas pelos empregadores.
Proactividade, competências técnicas, capacidade de trabalho
e orientação para objetivos estão entre o top 10 das competências mais
valorizadas.
O domínio de línguas como o inglês, castelhano, francês e
mandarim - ou não estivessem as empresas a apostar na internacionalização para
contrariar quebra do consumo interno - são outros dos requisitos desejados.
A Egor é mais comedida na sua análise do mercado de trabalho
português. "O ano de 2014 irá ser uma continuidade natural de 2013 com
maior investimento internacional e no recrutamento de profissionais para as
áreas das vendas e do marketing, que se movimentem à vontade no mercado
externo", adianta Isabel Meireles, diretora na recrutadora Egor.
Além de profissionais de marketing, a Egor considera que a
procura também poderá vir das áreas tecnológicas. "O desenvolvimento
tecnológico continuará a estar muito presente e a absorver profissionais
qualificados nesta área", adianta Isabel Meireles.
A "ter alguma procura" deverão ser as áreas de
fiscalidade e do Direito Laboral e Contencioso, ou, não fossem as "leis
fiscais e do trabalho continuarem a sofrer alterações".
"O mesmo se aplica para as funções nas áreas financeiras
e do controlo de gestão, que vão continuar a ser procuradas dada a necessidade
cada vez maior de controlo de despesa e de equílibrio entre receitas e
gastos", argumenta a responsável da Egor."
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