segunda-feira, 11 de maio de 2015

O impacto da depressão no ambiente corporativo

Em momentos de crise econômica, recessão e endividamento – que ressuscitam o fantasma do desemprego e ampliam a pressão e o estresse no trabalho – a incidência de casos de depressão no ambiente corporativo cresce em igual proporção. Estima-se que, até 2030, esta será a doença mais comum no mundo, de acordo com relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), superando a incidência de câncer e de algumas doenças infecciosas. A tragédia protagonizada pelo co-piloto do avião da Germanwings também contribui para realimentar o debate sobre o tema.

Atualmente, a depressão é a quarta principal causa de incapacitação do planeta, atingindo cerca de 350 milhões de pessoas. Pesquisas revelam que há uma convergência entre os aspectos que mais causam temor nos profissionais e as fontes de depressão no trabalho. Elas estão relacionadas ao medo de perder o emprego, ao aumento da pressão por resultados e a um ambiente competitivo e hostil.

Outros elementos que surgem com grande frequência estão ligados a gestores e chefes que, também sob pressão e estresse, descarregam toda sua frustração sobre seus subordinados. “Naturalmente, a depressão tem um componente pessoal, no qual os indivíduos reagem de formas diferentes. Mas como quadro geral, é recomendável que as empresas, por meio de suas áreas de RH, estejam atentas ao tema e busquem meios de mitigar tal risco, sobretudo pelos graves impactos na perda de produtividade”, comenta Fábio de Souza Abreu, diretor executivo da AxisMed, empresa de gestão de saúde populacional do Brasil e integrante do Grupo Telefônica.


Tratamento

Estima-se que menos da metade das pessoas no mundo recebem o tratamento adequado. “Por isso, é fundamental que as empresas passem a efetuar um monitoramento de seus profissionais e criar programas e ações para tratar o problema, estimulando a equipe de trabalho a realizar o autocuidado e investir em uma mudança de comportamento quando o assunto é a saúde”, ressalta Abreu. A AxisMed monitora, atualmente, 1.227 pessoas diagnosticadas com depressão. Deste total, 90,73% contam com acompanhamento médico.

É importante haver por parte das empresas, capitaneado pelo RH, um esforço em se monitorar o ambiente de trabalho e até mesmo os focos isolados. A figura do líder (gerentes e supervisores) torna-se ainda mais fundamental. “Se estes vivem sob forte cobrança e a repassam para as suas equipes, pode haver um "descompensamento" localizado, que pode resultar em aumento do absenteísmo, perda de foco e queda de produtividade”, destaca Mauro Leite, da Própria Co., empresa parceira da AxisMed.

Ações motivacionais, uma comunicação inteligente e a manutenção do respeito ao indivíduo são elementos chave para criar um ambiente harmônico, reduzindo os riscos. “Porém, quando surgem as restrições orçamentárias e a necessidade de se efetuar reduções, muitas corporações esquecem de seus valores impressos nas paredes e medidas frias são tomadas, quebrando um encanto tão difícil de ser construído, além de promover um clima de instabilidade e insegurança”, finaliza Mauro.

Fonte: http://www.gestaoerh.com.br/site/noticias/?id=2605

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