Em
momentos de crise econômica, recessão e endividamento – que
ressuscitam o fantasma do desemprego e ampliam a pressão e o
estresse no trabalho – a incidência de casos de depressão no
ambiente corporativo cresce em igual proporção. Estima-se que, até
2030, esta será a doença mais comum no mundo, de acordo com
relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), superando a
incidência de câncer e de algumas doenças infecciosas. A tragédia
protagonizada pelo co-piloto do avião da Germanwings também
contribui para realimentar o debate sobre o tema.
Atualmente,
a depressão é a quarta principal causa de incapacitação do
planeta, atingindo cerca de 350 milhões de pessoas. Pesquisas
revelam que há uma convergência entre os aspectos que mais causam
temor nos profissionais e as fontes de depressão no trabalho. Elas
estão relacionadas ao medo de perder o emprego, ao aumento da
pressão por resultados e a um ambiente competitivo e hostil.
Outros
elementos que surgem com grande frequência estão ligados a gestores
e chefes que, também sob pressão e estresse, descarregam toda sua
frustração sobre seus subordinados. “Naturalmente, a depressão
tem um componente pessoal, no qual os indivíduos reagem de formas
diferentes. Mas como quadro geral, é recomendável que as empresas,
por meio de suas áreas de RH, estejam atentas ao tema e busquem
meios de mitigar tal risco, sobretudo pelos graves impactos na perda
de produtividade”, comenta Fábio de Souza Abreu, diretor executivo
da AxisMed, empresa de gestão de saúde populacional do Brasil e
integrante do Grupo Telefônica.
Tratamento
Estima-se
que menos da metade das pessoas no mundo recebem o tratamento
adequado. “Por isso, é fundamental que as empresas passem a
efetuar um monitoramento de seus profissionais e criar programas e
ações para tratar o problema, estimulando a equipe de trabalho a
realizar o autocuidado e investir em uma mudança de comportamento
quando o assunto é a saúde”, ressalta Abreu. A AxisMed monitora,
atualmente, 1.227 pessoas diagnosticadas com depressão. Deste total,
90,73% contam com acompanhamento médico.
É
importante haver por parte das empresas, capitaneado pelo RH, um
esforço em se monitorar o ambiente de trabalho e até mesmo os focos
isolados. A figura do líder (gerentes e supervisores) torna-se ainda
mais fundamental. “Se estes vivem sob forte cobrança e a repassam
para as suas equipes, pode haver um "descompensamento"
localizado, que pode resultar em aumento do absenteísmo, perda de
foco e queda de produtividade”, destaca Mauro Leite, da Própria
Co., empresa parceira da AxisMed.
Ações
motivacionais, uma comunicação inteligente e a manutenção do
respeito ao indivíduo são elementos chave para criar um ambiente
harmônico, reduzindo os riscos. “Porém, quando surgem as
restrições orçamentárias e a necessidade de se efetuar reduções,
muitas corporações esquecem de seus valores impressos nas paredes e
medidas frias são tomadas, quebrando um encanto tão difícil de ser
construído, além de promover um clima de instabilidade e
insegurança”, finaliza Mauro.
Fonte:
http://www.gestaoerh.com.br/site/noticias/?id=2605
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