“O estudo realizado pela Mercer – Worldwide Benefit &
Employment Guidelines (WBEG) analisou em 64 países os benefícios atribuídos
pelas empresas aos seus colaboradores face à cultura dos países.
O estudo mostra que, em algumas partes do
globo, existem benefícios que visam apoiar as tradições locais de uma
determinada região, melhorar a qualidade de vida dos colaboradores ou até mesmo
promover a protecção do meio-ambiente.
O estudo da Mercer pretende ajudar as
empresas, que operam a nível internacional, a compreender que as diferenças
culturais variam de país para país, sendo natural que estas se reflictam nos
benefícios disponibilizados aos colaboradores de uma empresa de uma determinada
região. Para que uma empresa, com várias operações espalhadas por diferentes
regiões do mundo, se mantenha competitiva e seja capaz de desenhar um plano de
benefícios eficiente, de modo a manter os seus talentos, torna-se essencial
conhecer os diferentes benefícios aplicados localmente onde estas se encontrem
presentes.
«Cada região e até mesmo cada país do mundo,
possui as suas próprias práticas e tradições culturais, o que se reflecte nos
benefícios atribuídos aos colaboradores, o que se torna muito desafiante para
empresas multinacionais», refere Tiago Borges, Responsável da área de estudos
de mercado da Mercer Portugal. «A maioria destas empresas apresenta um conjunto
standard de benefícios que se aplica a todos os seus colaboradores. No entanto,
é necessário desenvolver benefícios personalizados e adaptados à realidade de
cada país, que possam ir de encontro às expectativas de cada um e aos requisitos
específicos locais».
Desta forma, e tendo em conta o estudo
realizado pela Mercer, em Portugal, um subsídio de funeral é pago para
compensar as despesas do funeral de qualquer membro do agregado familiar. A
quantia paga tem o valor único de 213,86 euros, o qual não pode ser somado ao
montante do benefício de morte.
Já no Brasil, se um colaborador de uma
empresa for preso, será paga uma indemnização à família, “subsídio
auxílio-reclusão”, de 80% do valor do seu salário.
Na Roménia, durante a época mais fria do ano,
que compreende os meses de Novembro até Março, o Governo cobre entre 5% a 90%
das despesas de aquecimento das famílias, dependendo do seu rendimento. O
subsídio é maior no caso das casas que utilizam gás natural, em comparação com
as que escolhem energia térmica, outras formas de aquecimento como madeira,
carvão ou combustível. Com esta medida a Roménia pretende também contribuir
para ser um país mais ecológico.
Os trabalhadores localizados no Norte da
Rússia ou em locais com condições semelhantes e que enfrentem temperaturas
negativas muito fortes no Inverno, capazes de atingir os 25º negativos, recebem
mais dias de férias pagas.
Na Arábia-Saudita o mote é “you play, you
pay”. Neste país, é recomendado aos colaboradores das empresas que tenham um
cuidado acrescido na escolha das suas actividades nos tempos-livres. Esta
recomendação advém do facto dos colaboradores poderem ser excluídos do direito
a planos médicos, no caso de receberem tratamentos relacionados com lesões
ocorridas em viagens que tenham realizado em companhias aéreas não-comerciais,
exposição a uma fissão nuclear e/ou a matérias radioactivas ou de lesões pela
prática de desportos perigosos ou profissionais.
Em Marrocos, os colaboradores têm direito a
dias de dispensa aquando do seu casamento ou do casamento dos seus filhos. No
primeiro caso, têm direito a quatro dias para prepararem e celebrarem o seu
próprio casamento; no que respeita à celebração matrimonial dos seus filhos, os
dias diminuem para metade.
Na China, as pessoas devem contribuir para o
fundo de habitação pública (public house funding), o que os obriga a poupar uma
parte do seu rendimento para a compra de imóveis. Esta contribuição traz uma
vantagem associada, uma vez que estes fundos são isentos de imposto sobre o
rendimento e permitem a aplicação de taxas de juro mais baixas sobre a hipoteca
da casa.
Em França existem apoios direccionados a quem
quer ser empreendedor. Colaboradores que trabalham, no mínimo, há 24 meses na
mesma empresa, podem sair por um período de um ano, sem receber o seu salário,
para começar ou adquirir o seu próprio negócio. No final da licença, o
colaborador tem direito a voltar à sua antiga posição, ou a uma semelhante, com
um salário equivalente.
O estudo Worldwide Benefit & Employment
Guidelines da Mercer analisou os benefícios aplicados por empresas aos seus
colaboradores em 64 países, divididos por 5 regiões: Américas, Médio Oriente e
África, Ásia-Pacífico, Europa Central e do Leste, e Europa Ocidental.”
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